26/10/2012 – 06:53
“Representatividade de Bulk Materials recua com fraco resultado. Conforme esperado, no 3T12 a Vale apresentou um resultado bem inferior ao registrado no trimestre anterior, pois os aumentos de 5,1% no volume de vendas de minério de ferro e de 3,9% no volume de pelotas não foram suficientes para compensar a queda nos preços dos respectivos insumos em 19,0% e 11,3%. Segundo a companhia, mais de 80% dos contratos de minério foram negociados em função do preço spot, da sua média mensal ou da trimestral, o que acabou impactando o preço médio praticado em US$ 23,6/ton. Com a conclusão da venda dos ativos na Colômbia, as vendas de carvão térmico registraram queda de 79,3% e, consequentemente, as receitas do segmento acabaram recuando 15,9% T/T. Com isso, a participação de Bulk Materials no total das receitas da Vale recuou de 73,6% no 2T12 para 69,0% no trimestre atual”, analisa Victor Penna, da BB Investimentos.
Desempenho fraco em metais e recorde em fertilizantes. O segmento de metais básicos apresentou um desempenho operacional mais fraco após a queda no volume de vendas de todos os produtos, com exceção do cobre. Destacamos o recuo de 12,7% no volume e de 7,1% no preço do níquel, que fez com que o resultado do segmento recuasse 16,1% para R$ 1.843 milhões. Em contrapartida, o aumento nas vendas e no preço médio praticado de cobre compensou o pior desempenho dos demais segmentos, e o resultado de metais básicos encerrou o trimestre em R$ 3.582 milhões, alta de 2,6% sobre o 2T12. E com relação ao de Fertilizantes, a Vale reportou aumento no volume de vendas de fosfatados e nitrogenados, que também foram influenciados positivamente pelo maior preço médio de vendas, e consequentemente resultaram no faturamento recorde de R$ 2.221 milhões.
Custos e Resultado Operacional. As variações mais relevantes nos custos foram com material e energia, cujos aumentos ficaram em 10,7% e 4,7%, respectivamente, sobre o 2T12. Além disso, destacamos o incremento de R$ 600 milhões na conta Outros Custos, em função das maiores despesas de provisão com royalties e frete marítimo para transporte de minério, principalmente. Já as despesas com vendas, administrativas e outras ficaram relativamente estáveis, com exceção da necessidade da provisão de R$ 1.100 milhões para o pagamento da CFEM, que refletiu em uma despesa operacional total de R$ 3.955 milhões. Desse modo, e considerando a queda no faturamento de seus principais segmentos, a Vale acabou encerrando o 3T12 com um Ebitda de R$ 7.581 milhões, valor 24,9% inferior ao registrado no trimestre anterior. Excluindo-se o efeito não recorrente da provisão para os royalties de mineração, o Ebitda ajustado seria de R$ 8.681 milhões, valor ainda 14% menor no comparativo trimestral.
Resultado Financeiro e Considerações – “Em função da menor variação cambial ocorrida no período quando comparada ao 2T12, o resultado financeiro foi negativo em R$ 1.845 milhões (versus R$ 5.144 milhões no 2T12), fazendo com que a Vale encerrasse o período com um lucro líquido de R$ 3.328 milhões, equivalente a lucro por ação de R$ 0,65. Conforme comentamos no trimestre anterior, esse Vale continuará enfrentando nos próximos trimestres. Acreditamos que o fraco resultado reflete, além do menor ciclo de crescimento, as expectativas mais pessimistas com as quais o mercado tem trabalhado, seja sobre a economia da China, seja sobre a economia mundial. No entanto, ratificamos nossa visão positiva em relação ao foco que a companhia tem mantido na execução dos projetos, através da redução da diversificação dos investimentos e dos gastos com P&D, priorizando projetos com taxas mais altas de retorno e que possam trazer maior criação de valor ao acionista”, também analisa e assina o relatório, Nataniel Cezimbra, da BB Investimentos.
Fonte: Revista Fator
Tags: CFEM, investimentos, Minério de Ferro, Vale