São Paulo – O mundo não é mais “exuberante”, quanto foi anos atrás, para a Vale. O termo foi usado pelo diretor executivo de Finanças da mineradora, Luciano Siani, para justificar o tom mais sóbrio que a empresa vai adotar em relação a investimentos, custos e vendas
Falando a jornalistas em teleconferência na tarde desta quinta-feira, Siani afirmou que o objetivo número um da Vale, neste momento, é preservar o caixa para os acionistas – a famosa geração de valor para os acionistas, no jargão do mercado.
No terceiro trimestre, a mineradora apresentou ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 8,681 bilhões de reais. O número exclui itens não recorrentes, como o aumento de provisão para bancar o eventual pagamento de débitos fiscais referentes ao CFEM. Somente para este item, a Vale provisionou 1 bilhão de reais no último trimestre.
Ruim, mas bom
O ponto é que o ebitda, mesmo ajustado, é 44,7% menor que o do mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, a situação também não é mais confortável. Os 28,338 bilhões de reais apresentados representam queda de 34% na comparação com os nove meses de 2011.
O desempenho da Vale reflete a piora do cenário internacional, com a desaceleração da demanda na China, o fraco desempenho do setor siderúrgico mundial e a queda do preço de venda à vista nos últimos três meses.
A Vale está adotando uma série de medidas para se adequar aos novos tempos. A primeira é a busca de parceiros para dividir os riscos e os investimentos em projetos considerados importantes. A segunda é vender ativos fora do foco da empresa – concentrados, segundo Siani, no exterior.
Revendo dívidas
Outra iniciativa é a renegociação de parte das dívidas da companhia – algo que deve ocorrer no próximo ano.
Fonte: Revista EXAME.com
Tags: CFEM, Medidas, Vale