“Apesar da contínua desaceleração da economia que afetou alguns setores e fez com que revissem as metas de crescimento para 2011, o segmento de cal continua apostando em um incremento da ordem de 10% sobre o resultado do exercício anterior. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Cal e Gesso no Estado de Minas Gerais (Sindicalge-MG), Edwaldo Almada, a projeção para 2011 se deve aos resultados positivos registrados no primeiro semestre, bem como ao tradicional aquecimento da segunda metade do ano.
“Se no primeiro semestre as vendas foram satisfatórias e superiores às expectativas, a tendência é que o setor se mantenha ainda mais aquecido a partir da segunda metade do exerício”, afirma. Segundo o dirigente, no acumulado dos oito primeiros meses deste ano, o segmento apresentou alta de 7% em relação a igual época de 2010.
Conforme Almada, o ininterrupto aquecimento registrado pela construção civil no Estado continua beneficiando o segmento de cal, no entanto, a principal contribuição para o desenvolvimento do setor ainda é proveniente da siderurgia. Além disso, destaca-se também a demanda vinda da própria construção, dos segmentos de papel e celulose, tratamento de água, petroquímica, entre outros.
Em relação à capacidade instalada das indústrias de cal do Estado, o presidente do Sindicalge-MG explicou que a maioria está operando no limite, mas que muitos processos de expansão foram iniciados em 2010. “Com o avanço da economia brasileira e aumento da demanda nos últimos anos, o setor precisou realizar investimentos em novos fornos com antecedência. Caso o mercado permaneça aquecido, a expectativa é que outras ampliações ocorram no próximo exercício”, explica.
Produção – Atualmente, Minas Gerais responde por aproximadamente 70% da produção de cal industrial do país. No Estado são produzidos por ano cerca de 5 milhões de toneladas, de um total de 7 milhões fabricadas em todo o país.
Ainda segundo o Almada, os principais entraves enfrentados hoje pelo segmento são relacionados à logística. Segundo ele, o custo do combustível, bem como a falta de infraestrutura adequada das rodovias do país são os fatores que mais oneram a produção de cal e inviabilizam seu desenvolvimento em maior escala.
Ao todo, o setor de cal gera cerca de 10 mil empregos no Estado, dos quais 50% são diretos e os outros 50% indiretos. E com os investimentos que têm sido realizados por algumas indústrias em ampliação da capacidade produtiva, esse número deverá saltar para 10,3 mil ao final de 2011.
Exemplo disso é a Ical Indústria de Calcinação Ltda, sediada em São José da Lapa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que após ter inaugurado, no início do segundo semestre, seu terceiro alto-forno na planta de Pains, no Centro-Oeste mineiro, já deu início à construção do quarto equipamento da unidade. A previsão é que ele comece a operar no primeiro semestre de 2012.
Conforme já publicado, a expansão, que vai demandar investimentos de R$ 50 milhões, possibilitará que o volume total de produção da fábrica alcance 3 mil toneladas de cal virgem por dia. Somente o novo alto-forno terá capacidade de processar 600 toneladas diárias do insumo. Mara Bianchetti.”
Fonte: Jornal Diário do Comércio – MG
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