Com as atividades paralisadas desde o rompimento da barragem de Fundão, que aconteceu no dia 5 de novembro de 2015 em Mariana (MG), a Samarco deixou de faturar R$ 8,06 bilhões e de pagar R$ 978 milhões em impostos aos Estados e cidades onde opera. A estimativa é da Tendências, que fez um estudo encomendado pela BHP Billiton, acionista da mineradora.
“A [atividade da] Samarco representava 5% do PIB estadual”, diz José Eduardo Azevedo, secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo.
A empresa precisa de uma licença para o local que vai receber rejeitos de novas operações. Ela protocolou um projeto em 2016 para usar uma cava que servia à extração de minério de ferro, a cava de Alegria Sul.
O Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) se reúne nesta sexta (24) para tomar uma decisão sobre o tema. “Se o conselho aprovar os pareceres, que são favoráveis, a Samarco poderá iniciar obras no local”, diz o secretário de Meio Ambiente de Minas, Germano Gomes Vieira.
A empresa prevê que em seis meses o espaço esteja adequado. Os conselheiros podem pedir vista, no entanto. Para voltar a operar de fato, falta também a licença para o Complexo de Germano, que inclui a barragem que rompeu em 2015 após o desastre ambiental.
A mineradora iniciou o processo para obtê-la em setembro. Técnicos do Ministério Público analisam os estudos que a Samarco entregou. “Nós podemos pedir mais informações. O processo depende de uma série de órgãos”, afirma Andressa Lanchotti, coordenadora da força-tarefa do Ministério Público que trata do desastre. Segundo ela, o retorno da Samarco só deverá ser possível no segundo semestre de 2018.
No início desta semana, a empresa informou que adotou o Programa de Demissão Voluntária para reduzir o quadro de pessoal em 600 empregados até dezembro deste ano. De acordo com a Samarco, o PDV tem o objetivo de minimizar os efeitos de demissões que são necessárias devido à realidade da empresa, que pretende retomar as atividades com 26% da capacidade operacional. A companhia também disse que ainda não há data prevista para o reinício das operações.
Fonte: Folha de S.Paulo.