A produtora de metais norueguesa Norsk Hydro alertou consumidores sobre uma escassez de suprimento de bauxita do Brasil, matéria-prima utilizada na produção do alumínio. A mina de bauxita da Mineração Rio do Norte (MRN), na qual a Hydro possui 5% de participação e extrai um total de 45% do material, está enfrentando problemas em seus sistemas de rejeitos devido à falta de água causada pelo tempo seco.
“A Hydro emitiu uma notificação de força maior para seus clientes de bauxita, uma vez que a Hydro não vai receber os volumes totais contratados”, disse a companhia em nota.
A Vale é dona de 40% da MRN. A companhia brasileira tentou sem sucesso vender no passado sua participação na MRN para a Norsk Hydro. Os problemas de produção devem durar até o quarto trimestre do ano, podendo se alongar até o primeiro trimestre de 2018, disse um porta-voz da companhia.
“Nós vamos fazer o que pudermos para minimizar o impacto para os clientes”, disse o porta-voz.
A falta de produção é principalmente de bauxita seca para o mercado de exportações, e isso não deve afetar a produção da refinaria de alumina da Hydro, Alunorte, disse a companhia. A Alunorte transforma bauxita em alumina, que então é transformada em alumínio em enormes fundições.
A produção de bauxita da MRN em 2017 deverá cair em 2 milhões de toneladas ante o nível anteriormente esperado, de 17 milhões a 17,5 milhões de toneladas, para 15 milhões a 15,5 milhões, disse a Hydro. A mina, uma das maiores do mundo, foi desenvolvida para a extração de cerca de 18 milhões de toneladas de bauxita por ano.
O Brasil é o terceiro maior produtor de bauxita, atrás da Austrália e da China, segundo o serviço de pesquisa geológica dos Estados Unidos.