Queda da cotação do minério de ferro no mundo poderá inviabilizar investimentos bilionários no Norte de Minas
A queda no preço do minério de ferro ameaça investimentos bilionários no Norte de Minas Gerais, onde é esperada a criação de um polo de exploração de ferro em grandes jazidas de baixo teor. Com a rápida e acentuada desvalorização da commodity (cotada no fechamento de outubro em US$ 118,40), as lavras de minério de baixo teor de ferro (menos de 30%) estariam economicamente inviabilizadas, pelo menos nos preços atuais.
Para a produção no Estado, somente os custos logísticos (ferrovia, portos e frete naval) para embarques para a Ásia somam cerca de US$ 110 dólares por tonelada. E isso para as áreas do quadrilátero ferrífero que já contam com infraestrutura de transporte implantada.
Levando-se em conta os custos de lavra e concentração do minério, especialistas afirmam que o corte da viabilidade econômica da mineração de ferro, levada em conta a cotação atual, estaria próximo de 62% de teor. No Norte de Minas, as pesquisas feitas até o momento indicam reservas de 20 bilhões de toneladas de minério, com teor entre 20% e 30%.
“O comportamento recente do preço do minério deve, no mínimo, provocar uma revisão nos investimentos das empresas que terceirizam estrutura logística”, afirmou o geólogo, economista e consultor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Luciano Borges.
Por comunicado, a Vale confirmou os aportes anunciados para a região. A empresa deve investir R$ 560 milhões na implantação de mina de minério de ferro nos municípios de Serranópolis de Minas, Riacho dos Machados, Grão Mogol e Rio Pardo de Minas. A previsão é de que o projeto seja concluído em 2014.
Na fase inicial, devem ser gerados 50 empregos diretos e 450 indiretos. Após o começo das operações, a estimativa é de que sejam criados 250 postos de trabalho permanentes entre diretos e indiretos. A partir do empreendimento, a Vale pretende produzir e comercializar minério tipo fino comum, granulado e pellet feed.
Já a Miba prevê implantar, entre 2011 e 2014, unidade minerária – usina de concentração de minério de ferro e corredor logístico – nos municípios de Grão Mogol e Rio Pardo de Minas.
Mediante aporte de R$ 3,2 bilhões, a Sul Americana Metais (SAM), do grupo Votorantim, estuda extrair e beneficiar minério em Grão Mogol em parceria com consórcios chineses liderados pela Honbridge Holdings Limited. O projeto engloba mineração, mineroduto e porto (Bahia).
Além desses investimentos em minério de ferro, a Mineração Riacho dos Machados, subsidiária da canadense Carpathian Gold INC, prevê investir R$ 250 milhões para extração de ouro na região. O projeto deve gerar 400 empregos diretos e 800 indiretos.
Fonte: Hoje em Dia