Pesquisadores usam resíduos de mineração para criar tijolos

27/10/17

Uma iniciativa da Universidade Federal de Lavras (UFLA) está aproveitando resíduos provenientes da barragem de Fundão, da mineradora Samarco que se rompeu há dois anos, para a criar diversos materiais de construção, como tijolos, telhas e pisos. O resíduo mineral substitui parte do cimento utilizado na fabricação dos materiais.

Resíduos como com terra, cimento e água são misturados dentro de uma prensa e formam blocos, telhas e pisos ecologicamente corretos. A iniciativa é uma alternativa aos resíduos da mineração que se tornaram um problema após a tragédia do rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG) em novembro de 2015. Na tragédia, considerada a pior da história ambiental do Brasil, 19 pessoas morreram.

O resíduo mineral substitui parte do cimento utilizado na fabricação desses itens utilizados na construção civil e podem reduzir em até 30% o preço total do produto. Segundo os pesquisadores, a eficiência deles já foi comprovada e não há nenhum risco em utilizar os blocos feitos a partir dos restos da mineração.

“Ele é duplamente ecológico, primeira porque estamos utilizando um resíduo em substituição ao material que é mais caro. O outro ponto de vista de ser ecológico é com relação ao processo de queima, a gente não precisa realizar a queima desse tijolo como é visto no tijolo convencional”, disse o doutorando em engenharia de biomateriais, Alan Pereira Vilela.

O próximo passo será levar todo o conhecimento para os moradores que vivem em regiões próximas às mineradoras, dando um destino adequado ao lixo produzido a partir da mineração e até mesmo gerar uma fonte de renda para as comunidades.

“Definir uma cartilha de como fazer esses produtos, como aplicar, fazer treinamentos, oficinas e deixar perto dessas comunidades possibilidades de novos empregos, abrir microempresas para utilizar esse material e lógico, associando, não precisando armazenar esse resíduo e utilizando como matéria-prima”, afirmou o professor Rafael Farinassi.

Fonte: Notícias de Mineração Brasil



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