Não é preciso voltar muito no tempo cronológico para saber que há alguns anos atrás Mato Grosso não tinha conhecimento sobre o potencial mineral. Segundo informações do presidente da CPRM nacional, Manoel Barretto, há cerca de 10 anos o Estado não tinha conhecimento, porque a partir dos estudos realizados em parceria com o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), pode-se afirmar que Mato Grosso é hoje, um Estado potencialmente importante na mineração.
A revelação foi anunciada durante o lançamento dos Projetos NW/NE, mapeamento geológico das Folhas do Rio Guariba, Rio Aripuanã, Porto dos Gaúchos, Comandante Fontoura e São José do Xingu e do Fosfato de Mato Grosso, Áreas Araras, Serra do Caeté e Planalto da Serra, no Palácio Paiaguás, na manhã desta segunda-feira (10.10).
O trabalho em questão compreende estudos realizados entre outubro de 2003 a janeiro de 2011. “É muito importante para a atração de investimentos no Estado. As empresas não investem se não têm conhecimento. Esse levantamento é tão importante quanto as estradas, hospitais, educação. No caso do Fosfato, enquanto estamos aqui divulgando já existem empresas investindo lá, isso porque muitas delas se interessam e acompanham todo o processo”, explicou Manoel Barretto.
Para a CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil), Mato Grosso já teve um desenvolvimento imenso no período de pesquisa e vai viver, segundo as projeções, uma virada no setor mineral. “Não sei se a agricultura é o setor mais importante em Mato Grosso, sei que a pecuária por aqui também é forte. Mas não tenho dúvida que o setor mineral terá um peso no desenvolvimento econômico do Estado”, frisou o presidente da CPRM.
Os dados atualizados e precisos das informações são apontados também pelo superintendente regional do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em Mato Grosso, Jocy Gonçalo de Miranda como fundamentais para atrair investimentos. “As empresas requerem áreas para pesquisas. Elas tem três anos para realizar o trabalho e depois precisam viabilizar a exploração. Como é com o ferro em Juína e o Manganês, em Juara, que dependem de hidrovia e ferrovia para o transporte”, pontuou.
O governador do Estado de Mato Grosso, Silval Barbosa, não tem medido esforços no sentido de viabilizar a logística de transporte. Segundo ele, o governo não apoiará empresas preocupadas em especulação. “Queremos ter conhecimento e domínio. O potencial é tamanho que é preciso exportar futuramente o excedente. Por isso vamos viabilizar junto ao Governo Federal a infraestrutura. Queremos que empresários venham explorar, que contribuam, trazendo conhecimentos, logística e emprego para Mato Grosso”.
O Governo do Estado, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil completou o estudo de Cartografia Geológica do Norte de Mato Grosso (entregue na manhã de segunda-feira), que compreende toda a região Norte mapeada. “Visa minimizar o risco da pesquisa mineral na atração dos investimentos. Com base consistente os recursos são de menor vulto para as empresas”, esclareceu Joaquim Prattes Moreno, superintendente de Mineração da Sicme.
Projeto Fosfato
Além do projeto Fosfato, na região de Mirassol D’Oeste, existem várias áreas potenciais para pesquisas no futuro, segundo o superintendente do DNPM em Mato Grosso, Jocy Gonçalo de Miranda.
Em termos de Brasil, Mato Grosso está dando o primeiro passo, começando nos prospectos de fosfato. A Bemisa – Brasil Exploração Mineral S.A (GME4) responsável pela sondagem da área já realizou 37 furos, totalizando 2.000 metros de perfuração. As amostras servirão para estudos sobre a caracterização tecnológica e nível de concentração de fosfato. “O minério encontrado está em torno de 3,5% de P2O5 e precisa estar concentrado em torno de 30%, que é o utilizado em indústrias de fertilizantes. As amostras do minério de fosfato estão na Universidade de Ouro Preto, onde estão sendo feitos os testes tecnológicos e o resultado deve sair no final de novembro”, disse o diretor de exploração da Bemisa, Washington Rydz Rebouças Santana.
Dos 11 requerimentos, a empresa tem quatro Alvarás (de áreas) para pesquisa, os demais estão em análise no DNPM.
Fonte: O Nortão
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