Multas Ambientais A Mineradora De Eike Em Mg Somam R$ 71 Mil

22/06/11

Data: 14/07/2011

Fonte: Jornal Floripa

A mineradora MMX, de Eike Batista, foi multada em R$ 71 mil por irregularidades ambientais apontadas pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Sisema).

O valor, divulgado nesta quarta-feira (13), se refere a danos verificados na região de Brumadinho (região metropolitana de Belo Horizonte), onde a MMX explora resíduos de minério de ferro.

As multas decorrem de captação irregular de água em um córrego (R$ 1.300), mudanças de barragem sem autorização do órgão ambiental (R$ 20 mil) e lançamento de efluentes em um córrego (R$ 20 mil).

Ainda segundo o órgão, foram feitas advertências em razão de licenças vencidas, mas a MMX não foi multada por isso porque já havia “solicitado a revalidação das mesmas”.

Os problemas foram detectados numa vistoria realizada entre 7 e 10 de junho.

Os resultados da vistoria foram divulgados pelo órgão ambiental mineiro nesta terça (12), dia em que o empresário Eike Batista se encontrou com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), e anunciou investimentos da ordem de R$ 4 bilhões no Estado.

Em entrevista, o secretário de Meio Ambiente de Minas, Adriano Magalhães, minimizou as supostas infrações ambientais, que haviam sido denunciadas pela mineradora Emicon, que também atua na região. O secretário disse que “não é nada grave, nada fora do normal”.

Procurada pela reportagem, a MMX disse que “não tem conhecimento do resultado das fiscalizações e somente se manifestará após formalmente notificada pelos órgãos responsáveis”.

Já a assessoria de imprensa da Emicon afirmou que “ficou provado” que a empresa tinha razão ao fazer as denúncias. “O órgão ambiental autuou a MMX por fatos do presente, e não do passado”.

ENTENDA O CASO

A suspeita de danos ambientais em Brumadinho (MG) veio à tona depois de a Emicon –dona da área explorada pela mineradora de Eike– denunciar que a MMX trabalhava no local sem os cuidados ambientais adequados.

Isso poderia prejudicar o abastecimento de água em Belo Horizonte, conforme a Emicon.

Depois da reportagem sobre a disputa, publicada em 2 de junho, as empresas trocaram acusações em notas pagas na imprensa nacional.

Em sua defesa, a MMX afirmou que os danos ambientais na região “são de inteira e exclusiva responsabilidade da própria Emicon, causados pela extração ilegal de minério de ferro muito antes do início das atividades da MMX no local”.

No início de junho, a MMX obteve uma liminar na Justiça mineira para obrigar o YouTube a parar de veicular vídeos apócrifos que anunciavam que “a maior catástrofe ambiental da década está para ocorrer na região da Serra Azul, em Minas Gerais” e que “o maior desastre ambiental da década é realizado por Eike”.

Mais de um mês depois, porém, os vídeos continuam acessíveis no site.

Tags: Ferro, Meio Ambiente, MMX