A Bovespa abriu em alta mas, claramente, sem fôlego. Mesmo antes de as bolsas norte-americanas abrirem sob sinal negativo às 10h30min, o indicador brasileiro chegou a cair e marcar mínima nesta quinta-feira (21).
Além de Nova Iorque, pesam contra a valorização da Bolsa no Brasil a forte depreciação (-5,01%) do minério de ferro no mercado à vista chinês (porto de Qingdao) e a depreciação do petróleo nos mercados futuros de Nova Iorque e de Londres. Nesse contexto, as ações da Petrobras e da Vale estão em queda desde a abertura. A ON da mineradora e grandes siderúrgicas como CSN, Usiminas e Gerdau estão entre as maiores baixas do Ibovespa. Às 10h25min, o Ibovespa marcava mínima aos 75.928 pontos (-0,10%). Vale ON caía 2,77%. Nesse horário, as ações de grandes bancos limitavam as perdas. Os papéis de Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander estavam em alta. As ações do banco estatal sobem muito mais (+3,37%) que seus pares em função da melhora na recomendação pelo JPMorgan para overweight, de neutro.
Na quarta, o Itaú BBA já havia incluído a ação como top pick do setor. A desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de setembro e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) contribuem para a tendência de alta do Ibovespa por reforçarem o entendimento de que a Selic baixa (7% ao ano) será longeva.
O IPCA-15 deste mês (+0,11%) veio abaixo da mediana das projeções. “Projeções de inflação para 2018, 2019 e 2020 de 4,3, 4,2% e 4,1%, respectivamente, no cenário Focus, mostram que juro pode chegar a 7,0% e ficar nesse patamar por longo período de tempo”, escreveram os analistas da LCA Consultores.
Vale observar que, nos últimos dois dias, a Bolsa brasileira patinou em torno do fechamento de segunda-feira, encerrando a terça-feira com viés de baixa (-0,02%) e a quarta-feira com viés de alta (+0,04%). Na quarta, no fechamento levemente positivo, conquistou um novo recorde. Pela primeira vez, encerrou o pregão acima dos 76 mil pontos. Em tempo.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS aprovou nesta quinta, em cerca de dez minutos, mais de 50 dos pedidos feitos por integrantes do colegiado. Entre eles, o convite para ouvir o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que deixou o cargo no domingo passado. A deliberação em bloco aconteceu depois de duas reuniões em que a CPMI não conseguiu colocar em votação os mais de 200 requerimentos na pauta.
Fonte: Jornal do Comércio