No segundo semestre de 2018, o Brasil deverá inaugurar o primeiro laboratório-fábrica de ligas de terras raras, anunciou Marco Antonio Soares Castello Branco, presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), em painel sobre o tema, realizado durante o 17º Congresso Brasileiro de Mineração, na cidade de Belo Horizonte (MG). Em 2016, a Codemig contratou a Fundação CERTI para o desenvolvimento do empreendimento, iniciativa em parceria com a CBMM, UFSC e IPT, para apoiar a estruturação de um ambiente empresarial capaz de fomentar a competência tecnológica e produtiva de diversos componentes a partir de óxido de terras raras nacionais.
Além de incentivar pesquisas acadêmicas, o laboratório-fábrica também irá formar mão de obra especializada para a produção de imãs de alta qualidade em pequenas séries. O laboratório-fábrica será construído em Lagoa Santa (MG), numa área de 4.900 m². A capacidade máxima prevista é de 93 t/dia. Para tanto, serão investidos R$ 175 milhões, sendo que a construção física está orçada em RS$ 35 milhões e outros R$ 30 milhões serão aplicados na compra de equipamentos.
Castello Branco salientou que o foco serão ímãs de conformação ideal, “que se adaptem à máquina onde irão trabalhar”. A maior aplicação deverá acontecer em refrigeração magnética, mercado que pode dar sustentação econômica ao desenvolvimento brasileiro de ímãs de alta potência. Muito embora os ativos sejam da Codemig, a operação do laboratório-fábrica ficará a cargo de um parceiro privado, “de forma a eliminar as dificuldades típicas das empresas estatais”, reforçou o presidente da Codemig.
O Painel contou com a moderação de José Luiz Amarante Araújo, diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral da Secretaria de Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia. Também foram palestrantes a Professora Gisele Azimi, da Universidade de Toronto, e Clóvis Souza, diretor da CBMM.
Fonte: Brasil Mineral