José Mendo Mizael de Souza¹
Austrália e Brasil, líderes incontestes da Mineração de minérios de ferro no mundo, estão a enfrentar repto semelhante: vencer o desafio de manter suas respectivas Indústrias de Mineração internacionalmente competitivas.
No que respeita a Austrália, recente Estudo do Minerals Council of Australia, intitulado “Opportunity at risk: regaining our competitive edge in mineral resources”, destaca que a “Austrália está crescentemente vulnerável na competição com as economias emergentes ricas em recursos minerais”.
“Nossa (Austrália) competitividade como país para fazer negócios em uma indústria (Mineração) altamente globalizada está deslizando, devido à combinação de custos em ascensão, produtividade declinante e deterioração da reputação do risco soberano (do País),” ressalta o Estudo.
O Brasil está enfrentando situação semelhante, sendo nossa competitividade um gigantesco desafio: como lembra Wilson Brumer, ex – Presidente da Vale e da Usiminas, “isto é resultado de uma conjugação de fatores típicos do (nosso) País, como infraestrutura, impostos, altos encargos trabalhistas e energia cara”, conforme entrevista sua ao Diário do Comércio.
“O fato é que a contribuição da produtividade ao crescimento econômico tem sido modesta no Brasil”, destaca a Revista EXAME, em matéria sobre o tema, na qual lembra que “o trabalhador brasileiro gera em média um quinto da riqueza gerada pelo americano”.
“Uma das razões da estagnação da produtividade (brasileira) nas últimas décadas é o baixo investimento. Em 1990, para cada brasileiro empregado havia um estoque de equipamentos de 41 000 dólares. Em 2010, a correlação permanecia praticamente a mesma. No mesmo período, os Estados Unidos elevaram o estoque de equipamentos por empregado de 169 000 para 245 000 dólares, ampliando uma diferença de capital investido que já era grande em relação ao Brasil”, lembra EXAME.
E a matéria (da Exame), acima citada, destaca, também, que “o Brasil é deficiente em todos os fatores importantes para a produtividade, como inovação, educação e infraestrutura”, como diz Gustavo Franco, ex – Presidente do Banco Central, que acrescenta: “Não fazermos nada do que o manual recomenda para sermos produtivos. O resultado está dado”.
Temos que reverter esta situação!
[1] Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto. Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Um dos fundadores, Presidente do Conselho Diretor e da Diretoria da APROMIN – Associação Brasileira para o Progresso da Mineração. Fundador e Presidente do CEAMIN – Centro de Estudos Avançados em Mineração. Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia e Diretor da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM. Como representante do IBRAM, um dos 3 fundadores da ADIMB – Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira
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